Frase

“Opportunity is not only being in the right place in the right time but to have the courage to go to the right place when the right time comes”.


BLOG FEITO À MINHA FAMÍLIA, AOS MEUS AMIGOS, E A QUEM TIVER INTERESSE EM VIAJAR COMIGO, NESTA NOVA AVENTURA, TRABALHAR EM UM NAVIO.....

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

23 de janeiro – 6° Santos

Hoje é um daqueles dias que começa brilhante e termina mais escuro do que as noites lá fora. É dia de Santos. Todos os Santos eu estou off pra poder visitar a minha família. Isso já aconteceu 6 vezes. Minha mãe vem cedinho me buscar no navio, e vamos pra casa. Lá vejo minha vozinha e o Giggio, meu cão. De vez em quando encontro minha irmã e meu cunhado. Tomo banho no meu banheiro e fico na internet postando minhas fotos. Até hoje não deitei na minha cama. Vontade não me faltou, mas o medo de não querer mais sair de lá, me evitou experimentar.
Nossa como é difícil. Como é difícil voltar pra casa e ter que sair de novo. As horas passam voando, ao todo são 6hs de folga (poderia ser mais, se o meu gerente cumprisse o que promete), e num picar de olhos, já estou eu voltando pro barco.



Eu com a minha vozinha, numa das vezes que fui pra casa


Hoje foi mais triste ainda. A Paula o Rafa e a minha mãe vieram pro navio. Sim, podemos receber visitas em dia de porto. É só preencher num papel os dados das pessoas (da família somente) e eles embarcam no dia que escolhemos. Ficaram das 10hs até as 4hs da tarde. Visitaram o navio inteiro: minha cabine, o SPA, restaurantes, bares, cassino, piscinas. Almoçamos juntos no Buffet e quando deu a hora, levei todos até a gangway (ponte para sair do navio). A vontade de ir junto era tão grande que quando virei as costas comecei a chorar. Foi a segunda vez que chorei aqui. A primeira chorei porque estava doente e me vi sozinha, durante um longo dia. Quem me conhece sabe como choro à toa, mas aqui no navio, acho que estou passando por um “bloqueio emocional anti-choro”. Estou sendo mais forte do que imaginei que fosse. Mas hoje não me agüentei. Chorei no corredor, no elevador e na minha sala. Ah, como eu queria ter ido junto. Como foi difícil vê-las indo embora e eu ficando.


Voltei pro SPA mais desanimada do que nunca. Sem vontade de fazer nada. Sem vontade de trabalhar, de sorrir, de nada. Dei de cara com o meu querido gerente dando seus “pitis” diários. Passei reto e “abstraí”. Tem vezes que preciso fazer isso, passar reto, fingir que sou cega, surda, e o mais difícil pra mim, muda. Mas hoje foi fácil. Nada que eu ouvisse iria piorar minha tarde. Mas piorou.


Uma das meninas estava com a internet ligada, escondida numa das salas, já que o SPA estava às moscas, e eu resolvi entrar no meu MSN pra poder falar mais com a minha mãe. Em vez dela, encontrei Raul. Ele estava na Ilha Bela, dentro do navio, e contando os dias, 66, pra desembarcar. Nossos navios vaão se encontrar dia 27, daqui 04 dias, em Buenos Aires. Não poderei sair porque estarei de Port Maning, então combinamos de eu colocar o nome dele na caixinha, como meu primo, e ele vai tentar entrar de manhã, porque começa a trabalhar às 11hs.

Nos falamos muito rápido, no máximo 05 minutos, mas foi o suficiente para que todos os sentimentos que estavam guardados no fundo do meu coração viessem à tona. Chorei o resto do dia, em todos os lugares...
Agora estou terrivelmente gripada. Com a maior dor de garganta que já tive na vida. E tudo que vejo me dá vontade de chorar.
Não sei se vou publicar este texto no blog... Lendo novamente parece mais um desabafo para o meu diário do que um post de um blog.
Só sei que hoje não estou bem, quero ir pra casa, de vez.

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